Várzea Grande -MT-Brasil

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Na peneira parou


Buscou de todas as maneiras passar, mas não passou. Mas uma vez teria que retornar a rotina, acordar cedo por volta das cinco da manhã,  o que lhe parecia tortura, tinha des-gosto do cedo. Ia se arrastando para o banheiro em forma molusca e mole. Escovar os dentes tinha se tornado movimento automático do parasimpático. Dormia em pé no ritual matinal. Após o banho enfim acordar e perceber que a fome chegara.
A vida estava cada vez mais presa a esta rotina sabática. Para ao final do ano prestar o exame vestibular, e revolver as opressões. E chegar ao outro lado da malha fina e seletiva dos poucos que adentram a Universidade Pública.
A exclusão assolava a vida, os dias, as semanas, os minutos,  ficava mais sufocante. O medo de ficar comentado na família, como aquele que tentou quatro vezes vestibular na Federal e não conseguiu. Criou seus monstros particulares que tomaram corpo e forma nos seus pensamentos, na sua imaginação e nas atitudes mais banais do seu cotidiano. Começar a estudar era o clique de disparo de monstros avassaladores que comprometiam sua auto-estima. Eles e Elas assopravam em seus ouvidos, monstruosidades, tolices e fúrias que o deixaram muitas vezes paralisado.
A vida parada ficou, se perdeu nos medos, obstáculos, paranoias e um muro foi erguido sem janelas e portas. Preciso foi com ajuda DES-paralisar e DES-construir o Muro.



Minha Vó dizia...




[...] Que bom bolo de arroz se faz com farinha peneirada, depois de moído o arroz. Peneira feita de palha babaçu trançada por mãos hábeis, que a tempos aprendeu o oficio de trançar não apenas os fios da peneira como os da vida. 
Ela dizia que assim como a peneira é formada por fios que formam uma rede, a VIDA também é uma e faz parte de outras mais enredadas. 
Eu ficava a escutar e imaginar minha vida através da peneira. Os pontos de encontro dos fios no trançado, era para mim o começo de histórias que se interligavam a outras, a formar o mundo de teias.
O mundo era feito de linhas trançadas abertas, em que nos prendiam a terra em que nascemos, as nossas origens. Contudo, nos era permitido pular de nó em nó, para compreender a amplitude da rede, e conhecer o mundo em questão. 

APRENDIZ DE ESCRITORA!!!

No começo das palavras e sem rótulos de gênero e estilo literário!!!

Resolvi finalmente me aventurar pelo "mundo fantástico" ao meu ver, da literatura. E isso não veio do nada. Já realizei quatro oficinas de criação literária no Sesc Arsenal na minha cidade (Cuiabá-MT), a primeira para compreender os livros, a perceber tal objeto como objeto que vai além das palavras escritas em si, mas a forma dos livros que nos inscreve já leitura, conheci livros extraordinários que o formato trazia a história contada. Esta oficina foi realizada pela mediação do escritor Tino Freitas de Brasilia-DF. Fiquei a apaixonada pelo livro "Tinha uma velhinha que engoliu uma mosca- Jeremy Holmes, Amarilys. O formato do livro é inovador, foi um dos livros que me encantou na Oficina. Não vou detalhar todas as oficinas que fiz, mas a última oficina realçou o desejo, sonho, esperanças de escrever, sem pretensão de virar celebridade, mas o desejo de poder escrever, escrever com poesia, com criatividade, com imaginação e com emoção. A oficina com o escritor Marcelino Freire, foi bastante promissora, consegui escrever três textos sobre uma palavra dada por mim pelo Marcelino, assim trago os textos, as minhas escrivaturas destas oficinas. Resolvi começar.... 
Abaixo imagem do livro mencionado, que me aguçou a imaginação e re-forço, anúncio do Blog. :) 

Olá pessoal vejam esta Propaganda de um dos Mercados mais popular de Portugal!!!

https://www.youtube.com/watch?v=1Z6H-MlsbkY&noredirect=1

Nas peneiras a cidade começou!!

Desde que os bandeirantes Paulistas chegaram a procura de minérios preciosos e índios para escravizar. A intenção já era peneirar as águas e as terras, para desvendar riquezas para além mar. 

Peneirou-se a água e terra, na busca de poder ali se fixar. Encontrou riquezas minerais, vegetais e animais. Quis logo pegar!

Uma seleção começou para demonstrar quem mandava e era superior, para ali ficar! Foi sabido que Branco podia explorar, matar, violentar! Indios e negros tinham que se subordinar. Porém, uma subordinação que planejava atos de resistencia ou resiliência.

A terra teria que exalar liberdade, para chamar os ancestrais na Luta! Da peneira que cobiçou os olhos, a terra invadida se fez o inicio de Cuiabá. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Leptospirose tem alto custo social

Publicada em 
Analisar o custo social dos casos de leptospirose ocorridos em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, em decorrência das chuvas extremas de janeiro de 2011. Esse foi o objetivo da dissertação do aluno do mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP, Carlos Alexandre Rodrigues Pereira, cuja conclusão foi que o custo pode ter variado, no mínimo, entre R$63.348,57 e R$269.190,27. "Isso significa que 52% do custo total ao Sistema de Saúde e 35% da perda de produtividade total da sociedade ocorreram entre os 177 casos que tiveram confirmação diagnóstica", assegurou. A orientação do trabalho ficou a cargo da pesquisadora do IOC/Fiocruz Martha Macedo de Lima Barata.
 
A leptospirose é uma doença infecciosa febril que ocorre em países tropicais como o Brasil, país onde sua notificação é compulsória. Trata-se de uma zoonose de grande importância devido aos impactos sociais e econômicos negativos, relacionados a altas taxas de absenteísmos, elevado custo hospitalar, alta incidência e letalidade. Contudo, explica Pereira, o seu real impacto econômico, ou seja, seu custo social, ainda é pouco estudado no Brasil, onde a última avaliação realizada se referiu aos casos que evoluíram a óbito em 2007. 
 
De acordo com o aluno, na avaliação realizada para o Brasil, verifica-se que os 3.492 casos de leptospirose ocorridos em 2008 geraram ao Sistema de Saúde um custo estimado de R$1.542.526,92. “Com base no que foi estimado sobre os custos atribuídos à sociedade, pode-se dizer, que nesse mesmo ano no país, foram perdidos 10.664,90 anos potenciais de vida devido à leptospirose, além de uma perda de renda da ordem de R$27.744.133,33 ocorrida entre os casos economicamente ativos que evoluíram a óbito.” 
 
No intuito de realizar uma avaliação mais abrangente, utilizando os dados secundários de acesso público disponíveis, a pesquisa analisou os casos ocorridos em 2008 no Brasil, buscando considerar não só os gastos do sistema de saúde com o tratamento da doença, mas também as parcelas atribuídas à sociedade, para que as estimativas encontradas se aproximassem do custo real da doença.
 
Uma vez que a leptospirose é frequentemente associada à ocorrência de enchentes e inundações, informou Pereira, foi necessário estudar a ocorrência dessa doença especificamente na ocasião de chuvas extremas, para entender melhor como esse evento pode facilitar a ocorrência de casos e aumentar, consequentemente, o custo social da doença. "Para isso, foi feito o estudo dos casos de leptospirose ocorridos em 2011 em Nova Friburgo, que foram atribuídos ao desastre de janeiro do mesmo ano, e em outros municípios da região serrana do Estado do Rio."


 
Segundo Pereira, as estimativas apresentadas pela pesquisa evidenciam a necessidade de desenvolver meios capazes de diminuir, além dos custos, a incidência, a gravidade e a letalidade da leptospirose. "Para que isso ocorra, é preciso mais que os esforços isolados do setor de saúde: é fundamental a gestão integrada entre os diversos setores da gestão pública, uma vez que não são apenas as medidas específicas em saúde que podem levar a alterações no comportamento da doença."
 
Os fatores sociais, ambientais, econômicos e políticos relacionados à ocorrência de leptospirose, acrescenta o aluno, necessitam ser mais estudados, esclarecidos e geridos, de modo a reduzir a magnitude do impacto social e econômico da doença para o país.
 
Carlos Alexandre Rodrigues Pereira possui especialização em Libras, pela Faculdades Integradas de Jacarepaguá (2012) e graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade de Uberaba (2011). Trabalhou na Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e foi professor em Cursos Técnicos no Centro Educacional de Uberaba. 

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/34777